domingo, 12 de dezembro de 2010

Insegurança continua tirando jovens das escolas no período noturno

O adolescente se arruma para ir para a escola. Já chega perto das 19 horas e começa a escurecer. Ele passa por locais com pouca iluminação e a falta de segurança começa a desestimular o jovem a freqüentar o estabelecimento de ensino.
O problema é constante em todos os municípios do Paraná, e no Norte Pioneiro a situação não é diferente. Um jovem jacarezinhense, que não quis se identificar, destaca que durante o ano letivo é comum encontrar com pessoas consumindo drogas. “São mais de 500 metros de total escuridão no final da Avenida Getúlio Vargas. Já pensei em parar de estudar, mas resolvi aumentar meu trajeto para não sofrer qualquer coisa”, confessa o jovem.
Só em Curitiba, o medo tirou 173 adolescentes dos bancos escolares nos primeiros meses de ano letivo. O número refere-se a casos verificados pelos conselheiros tutelares nas regiões do Pinheirinho, Cidade Industrial, Bairro Novo e Boa Vista. O prejuízo pode ser ainda maior, pois nem todos os conselhos contabilizaram os dados, como no caso do Portão e Santa Felicidade.
A prioridade é dada para a oferta de matrícula até a 8ª série, que é obrigatória. Mas a obrigação do estado é oferecer educação continuada. Essa é uma das causas da maior evasão no ensino médio. O acolhimento não existe nem na matrícula. A evasão do ensino médio é um dos principais desafios da educação pública brasileira. As taxas de evasão e repetência nacionais chegam a 32,6%, segundo o censo de 2007 do Ministério da Educação. A estimativa do MEC é que pelo menos 6 milhões de adolescentes com idade entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula do ensino médio.